terça-feira, 11 de setembro de 2012

Jéssica Karine

Representação 3D
Cliente: Jéssica, fisioterapeuta
Data: Agosto de 2012
Demanda: Criação de cartão de visita

A Fisioterapia, assim como muitos outros ramos da saúde, sofre um problema de repetição de temas visuais. É muito comum encontrar clínicas e hospitais na área da saúde com marca iguais ou muito parecidas. Isso acontece por causa da necessidade de uma rápida associação pelo público que vê a marca rapidamente. Geralmente esse público vai olhar apenas na placa da fachada da clínica ou do seu site na internet, já que é menos comum que empresas desse ramo produzam material de comunicação impressa.

Além disso, os diversos segmentos da área da saúde são muito fortes graficamente (partes do corpo), proporcionando menos riqueza e amplitude icônica para se trabalhar.

A demanda da fisioterapeuta em questão, porém, não era a criação de uma marca, mas apenas de um cartão de visita. Por ser uma profissional sem vínculos com empresas, que prefere fazer seu trabalho em domicílio, os dados no cartão puderam ser enxutos de modo a liberar espaço para a exploração da mensagem visual. Uma vez que esse é o único material de exposição, a opção foi feita para um material de alta qualidade e refinamento.

O elemento mais evidente dessa peça é a dobra. Seu formato fechado é o formato padrão para cartões de visita, 90 x 50mm, mas seu formato aberto desfruta de mais 50mm onde, utilizando a dobra, foi explorada a mensagem de um corpo humano articulado. Ao abrir o cartão, tem-se a impressão de uma mulher que faz um exercício abdominal.

A linguagem que os elementos gráficos segue é simples, mas sutil. Deu-se muita importância para a feminilidade, visível na figura feminina e na tipografia limpa e moderna, remanescente do Art Déco, aludindo ao glamour e a delicadeza da mulher.

Além disso, dois outros elementos estão presentes na parte de trás da dobra, que são uma ilustração em silhueta de dois ginastas que formam, com seu corpo, as letras J e K.

Finalmente, as cores transitam entre o verde, o amarelo e o salmão, aludindo por aquele à saúde e a tranquilidade (observe o estereótipo: "verde água é cor de hospital") e estes ao reforço da feminilidade e o calor humano por conta do atendimento pessoal em domicílio.



terça-feira, 4 de setembro de 2012

Augsten & Ramalho

Cliente: Augsten & Ramalho Advocacia e Consultoria
Data: Junho de 2012
Demanda: Criação de marca e cartão de visita

Criação de marca para o setor de direito é desestimulante para alguns designers. Devido ao excesso de normatização e proibições quanto à comunicação visual desse setor, grande parte da criatividade do designer é, se não retida, condicionada.

A questão que fica em pauta, portanto, é: como criar uma marca que atenda ao enquadramento das normas do direito, mas que também seja expressiva no mercado?

A resposta depende do profissional, mas o que funcionou para a Augsten & Ramalho foi a manutenção do visual tradicional do gênero (tipografia serifada, horizontalidade e cores escuras) agregado a elementos ergonômicos fundamentalmente funcionais.

Dessa forma, o & ("ampersand", "e cormercial" ou "sinal tironiano") sobressai-se para funcionar tanto como ele mesmo quanto como elemento de direcionamento do design. Além de compor a tipografia, elevando-a à característica de logotipo, ele dita as regras de um visual clássico que conversa com a modernidade da curva.

O vermelho conhecido como cor símbolo do Direito é acrescido de preto, elemento da seriedade, transformando-o, assim, em vermelho escuro ou vinho. Aliado ao amarelo, a cor do intelectual, em sua mistura com o branco, cria-se uma harmonia de semelhantes conceituais. O infatuado, porém responsável e o inteligente, leve e discreto. O vinho e o champanhe.

Dircéia Cristina da Silva

Cliente: Dircéia, professora de piano
Data: Agosto de 2012
Demanda: Cartão de visitas

Dircéia é uma professora de piano que dá aulas particulares. No nosso país, o piano embora comum não é um instrumento muito popular, perdendo espaço para os violões e a percussão. Talvez por isso exista uma associação cultural do instrumento às classes mais bem-providas financeiramente.

Isso se coloca como obstáculo tanto para o músico quanto para o designer. A ideia é não trabalhar com um público alvo, evitar a segregação daqueles que procuram aulas de piano. Elementos que sugerem refinamento de imediato, como o uso de cores metálicas, foram postos em segundo plano.

O design desse cartão leva em conta a cor do instrumento (bem como a cor principalmente associada à música orquestral de modo geral), o marrom. Marrom também sugere seriedade e comprometimento, como foi pedido pela cliente.

A opção pelo verniz localizado para os elementos gráficos foi feita para dar um diferencial à peça, adicionando tanto um toque de modernidade quanto de discrição.

A tipografia principal é cursiva, tornando a composição mais feminina e remetendo a uma estilística de requinte. A tipografia secundária tem uma tendência mais modernista que sugere objetividade aliada à estética, à la escola de Bauhaus.

Por fim, a escolha dos elementos gráficos "pauta" e "ritornello" também foi pensada. A pauta na parte da frente para a associação mais direta, e o ritornello na parte de trás, ajudando a compor as informações de contato. Conceitualmente: ritornello é o elemento musical de retorno, assim como a informação para contato.